Desde domingo (23), o Coletivo Amem, formado por artistas, produtores e ativistas afro LGBTQIAPN+, realiza a 5ª edição da Parada Preta, em parceria com a Casa 1, centro cultural e de acolhida, e BATEKOO, plataforma de entretenimento, cultura e educação.
A parada reúne uma série de eventos de cultura, formação, articulação e celebração, baseados na importância do fortalecimento das comunidades negras LGBTQIAPN+. Com o tema Aquilombar é Cura, os conteúdos são focados em cuidados, saúde, bem-estar, cidadania e direitos humanos.
O primeiro bloco de atividades são as atividades formativas, que acontecem na Casa 1. Entre os destaques da programação, estão oficinas profissionalizantes de costura, culinária e penteados afrofuturistas, que acontecem nesta quinta (27), às 19h. Uma das facilitadoras é Diva Green, designer de cabelos [já perfilada pela Emerge].
No domingo (30), um trio elétrico puxa o desfile pelas ruas do centro de São Paulo. Haverá shows das cantoras Bixarte, Sodomita e Urias e de artistas da Cultura Ballroom. Erica Malunguinho, embaixadora cultural que foi deputada estadual por São Paulo (2018-2022), participará também, ao lado de outras personalidades da comunidade negra LGBTQIAPN+.
A concentração do desfile será 13h, na Praça da República. A marcha passa pela Avenida São Luiz e Teatro Municipal. O encerramento será num palco montado no Largo do Paissandu, ao lado da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
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De acordo com Di Almeida, educador da Casa1 [já perfilada pela Emerge], a Parada Preta proporciona um espaço vital para o encontro e aprendizado coletivo e o fomento de ideias dentro da comunidade negra LGBTQIAPN+, que é plural. Para ele, é fundamental reconhecer que a luta não é apenas de uma organização ou coletivo, mas sim de diversos agentes, o que evidencia a potência da união em favor do avanço e da prosperidade comum.
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AGENDA GLOBAL
A primeira parada do orgulho LGBTQIA+ voltada para pessoas negras aconteceu em 1991, em Washington, nos Estados Unidos. Com o nome de Black Gay Pride, o evento foi uma alternativa ao tradicional movimento LGBTQ+, predominantemente branco. Nos anos seguintes, sugiram paradas pretas em outras cidades estadunidense, Londres e Paris.
Além de celebrar o progresso da comunidade, os eventos pautam questões específicas. Por exemplo, enquanto o tradicional movimento gay concentrou grande parte da sua energia na aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, as paradas pretas focaram em questões como o racismo, a homofobia e a falta de cuidados de saúde, incluindo os mentais, para as pessoas negras.
No Brasil, a Parada Preta foi idealizada pelo Coletivo Amem e acontece desde 2017. Os principais temas são educação sobre HIV/AIDS, sexualidade, gênero, saúde, violência e moradia
SERVIÇO – Parada Preta 2024
Atividades formativas
23 a 28 de junho
Casa 1
R. Adoniran Barbosa, 151 – Bela Vista, São Paulo (SP)
Inscrições aqui.
Desfile e shows
30 de junho (domingo)
13h – concentração
Praça da República
Mais informações aqui.
Foto de abertura: Luan Batista