Voltado a mulheres em situação de vulnerabilidade, trans e negras, curso de programação gratuito recebe inscrições até 5 de fevereiro.
Mulher, preta e moradora da periferia de Recife, Marília Bertulino buscava um emprego numa área em crescimento, com remuneração justa e benefícios. O segmento de tecnologia e programação foi a escolha mais óbvia. Porém, os custos em formação fizeram com que ela postergasse a ideia. O objetivo voltou a tona ao conhecer o Reprograma, iniciativa de impacto social que ensina programação para mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica, priorizando mulheres negras, trans e travestis.
Agora, a iniciativa está com inscrições abertas para o curso de programação gratuito com foco em Python, linguagem de amplamente usada em aplicações da web, desenvolvimento de software, ciência de dados e machine learning. São 40 vagas para mulheres de todo o Brasil, com pouco ou nenhum conhecimento sobre o tema. As inscrições vão até o dia 5 de fevereiro.
Com carga horário intensiva e duração de 18 semanas, curso online gratuito começa no dia 23 de março (a divulgação das selecionadas é dia 8). As aulas ao vivo acontecem aos sábados e revisões às segundas-feiras. Terças-feiras à noite há orientações em habilidades comportamentais, como socioemocional, carreira, planejamento e desenvolvimento pessoal. As aulas de encerramento semanais serão aplicadas às sextas-feiras de noite. Adicionalmente, atividades complementares e plantão de dúvidas também estarão disponíveis para o desenvolvimento das alunas.
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POR MAIS MULHERES NA TECNOLOGIA
Fundada em 2016, pela peruana Mariel Reyes Milk e as sócias Carla de Bona e Fernanda Faria, o Reprograma visa diminuir a lacuna de gênero na área de TI com cursos gratuitos de programação e treinamentos. Até o momento, mais de 2 mil mulheres se formaram, sendo 71,7% se autodeclaram pretas ou pardas e 10% trans e/ou travestis. A iniciativa mantém parcerias estratégicas com grandes empresas, como Mercado Livre, iFood e B3 Social.
Vale lembrar que o mercado de TI tem grande demanda por pessoas capacitadas. De acordo com um levantamento do Google for Startups, o Brasil terá um déficit de 530 mil profissionais até 2025. O levantamento também mostra que, para 92% das startups, a falta de profissionais impacta na inovação e prejudicam a sobrevivência das empresas.
Por sua vez, um estudo da LANDTech, empresa de recrutamento em programação, mostrou que as mulheres ocupam o primeiro lugar entre os públicos considerados prioritários pelos gestores para contratação no setor de TI. Segundo Faria, a formação em tecnologia dá autonomia na carreira e facilita a entrada nesta área, além de empoderar as mulheres para que possam ocupar espaços e cargos de liderança.
SERVIÇO
Curso Python – Fundamentos e Análise de Dados
Período de inscrição: 8 de janeiro a 5 de fevereiro de 2024
Pré-requisitos: Todas as pessoas que se identificam com o gênero feminino (mulheres cisgênero, trans ou travestis), acima de 18 anos, com pouco ou nenhum conhecimento em programação.
Formato: 100% online
Preço: Gratuito
Quantidade de vagas: 40
Inscrições: https://reprograma.com.br/curso-python/
FOTO: Divulgação