#Emergereposta: Por Malu Marinho, originalmente publicado por Agência Mural.
A Bienal do Livro de São Paulo, maior evento literário do país, começou na sexta-feira (6) e vai até o dia 15 de setembro, também com a presença das periferias de São Paulo. O evento reúne leitores, editoras e autores em sessão de autógrafos, além de rodas de debate sobre literatura.
A Agência Mural selecionou seis escritores que estarão na Bienal de 2024 fazendo parte da programação geral, com lançamentos, autógrafos e bate-papo.
A lista reúne a adaptação ilustrada de “Quarto de Despejo”, de Maria Carolina de Jesus, uma das pioneiras da escrita nas quebradas, Sérgio Vaz e mais autores que estão se lançando agora.
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WESLEY BARBOSA
O escritor Wesley Barbosa, nascido e criado em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, já vendeu mais de 10 mil exemplares de forma independente, e estará presente na Bienal do Livro com a própria editora, a Barraco Editorial.
No estande da Barraco, que ficará na Bienal até dia 15 setembro, Wesley apresenta obras e dá destaque a outros autores, promovendo a literatura independente e ampliando o espaço para novas vozes.
IGOR PIRES
Igor Pires é publicitário, autor e idealizador do projeto “textos cruéis demais para serem lidos rapidamente”. Nascido e criado na periferia de Guarulhos, se formou em publicidade e propaganda, onde descobriu a paixão pela comunicação e pelas redes sociais.
Começou escrevendo textos para a internet ainda na adolescência e, nos últimos anos, criou uma comunidade fervorosa de leitores amantes da poesia e da literatura jovem. É autor de seis livros, sendo “Este é um corpo que cai mas continua dançando” o mais recente, lançado pela Editora Alt. A obra aborda términos [de ciclos] e recomeços de relacionamentos românticos e afetivos, questões de saúde mental e representatividade LGBTQIAPN+.
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ELIZANDRA SOUZA
Elizandra Souza, nascida no Jardim Iporanga, zona sul de São Paulo, distrito Cidade Dutra, a autora se interessou profundamente pela cultura do hip-hop. Criadora do Mjiba, fanzine de poesia, que circulou entre 2001 e 2005, a autora começou a frequentar os Saraus da Cooperifa em 2004. Posteriormente, participou do jornal experimental Becos e Vielas com o objetivo de dar voz e visibilidade à cultura periférica.
A autora faz parte do estande da Global Editora, e estará no dia 10 às 18h em um bate-papo pela Bibliotecas SP, no sábado (14), às 17h, em um sarau com Sérgio Vaz pela editora, e no último dia (15h), às 17h, no Sarau das Pretas pela BiblioSesc.
VANESSA FERREIRA
Conhecida nas redes sociais como Preta Ilustra, Vanessa é ilustradora da Vila Guarani, zona sul de São Paulo, que junto com Triscila Oliveira, da zona periférica de Niterói, no Rio de Janeiro, e Emanuelly Araújo, construiu a adaptação em quadrinhos do livro Quarto de Despejo, escrito pela também autora periférica, Carolina Maria de Jesus.
Lançado pela editora Ática, o livro tem o intuito de democratizar e alavancar ainda mais a literatura de Carolina, e pode ser encontrado no estande Aquarela Livros, na Distribuidora Loyola de livros e na Livraria Drummond.
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ARAMYZ
O poeta baiano Elizeu do Carmo Munhoz, conhecido como aramyz, está há mais de quatro décadas em São Paulo, em Itaquera, periferia da zona leste de São Paulo. Nesta 27ª Bienal, o autor lança o novo livro de poemas “Suicídios Diários”, pela editora Urutau.
Os escritos, de acordo com o autor, foram construídos durante os deslocamentos de ônibus e trem, e para munir-se dos ruídos da cidade — dado o diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) — contou com auxílio de um fone de ouvido durante os trajetos.
O poeta foi também finalista no prêmio Caio Fernando Abreu em 2021 (“Só as hienas matam sorrindo”) e 2023 (“Todo Dia é Assim”).
Aproveitando essa semana literária para falar de setembro amarelo e saúde mental, na sexta-feira (13), às 18h, Aramyz estará no Sarau Neomarginal do Soy Loco por Ti Juquery, em Franco da Rocha. Já no domingo (15), dentro da Bienal, terá lançamento do Aqui Não Falamos Sobre Isso, no estande da Folheando, às 15h, e durante os demais dias, pela manhã, o escritor pode ser encontrado no estande da editora Urutau.
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SÉRGIO VAZ
Sérgio Vaz é considerado o poeta da periferia. Morador de Taboão da Serra, Grande São Paulo, é também agitador cultural nas demais periferias do Brasil.
O poeta é fundador da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia) e um dos criadores do Sarau da Cooperifa — movimento que transformou um bar da periferia da zona sul de São Paulo em um centro cultural, onde improvisam uma sala de cinema na laje do boteco e abrem espaço para a produção cinematográfica alternativa das quebradas.
A iniciativa também promove o encontro de leitores e escritores, além de divulgar a poesia nas escolas. Um projeto de sucesso, que influenciou e deu origem a quase 50 saraus, além da publicação independente de mais de 100 livros.
Durante a tarde de quarta-feira (11), o poeta fará um bate-papo com professores no estande da Secretaria Municipal de Educação, das 10h às 13h. Na sequência, no estande da Editora Global, terá um encontro com escola e professores, das 14h às 16h.
No sábado (14), às 14h, iniciará a sessão de autógrafos do livro Flores da Batalha; estará às 17h em um Sarau junto com Elizandra Souza, Oluwa Seyi e Raquel Almeida. O autor encerra a Bienal do livro no domingo (15), às 18h, em roda de conversa com no estande da Bibliotecas SP.
A Bienal é realizada no Distrito Anhembi, zona norte de São Paulo, e a programação pode ser acompanhada por meio do site do evento.
Foto de abertura: Marlene Bergamo/Folhapress