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Produções periféricas resgatam e ampliam tecnologias ancestrais e sustentáveis

12/04/2023

Tecnologias Ancestrais

Com documentários, editoriais e acervos digitais, iniciativas criam ações para difundir conhecimento de tecnologias ancestrais por meio do audiovisual.

#EmergeReposta: Texto de Júlia Vitória originalmente publicado no Periferia em Movimento.


“Pretos Velhos, entidades da umbanda”

Onde estão os pretos velhos? É com essa provocação que Arte Mani Oca, coletivo de audiovisual e artes plásticas contemporânea do ABC Paulista lança um editorial de moda sustentável. Uma das fotos, com o modelo Nando Souza, é a capa desta matéria. Confira no instagram do grupo.

Inspirado no universo simbólico dessa figura presente na cultura afrobrasileira, o ensaio traz elementos empregados no ritual da umbanda: ervas para fluir, cachimbo ou cigarro de palha para defumar e o branco em seu traje.

NESSE CONTEXTO DE LIBERDADE EU PERCEBO QUEM SÃO AS PRETAS E PRETOS VELHOS: SÃO SERES ESPIRITUAIS QUE CARREGAM A SABEDORIA DAS SUAS VIVÊNCIAS E MATURIDADE DE ENTENDER QUE SER LIVRE É SER QUEM SE É”

MAKEDA SILVA, IDEALIZADORA DO PROJETO.

Mulher negra e periférica de 32 anos, gastrônoma, professora, ativista do movimento negro e também fotógrafa, a artista fala que o processo de criação se deu após um momento bem significativo da sua vida.

Os pretos velhos são uma linha de entidades da umbanda que assumiram arquétipos de pessoas negras que viveram na condição de escravizadas no Brasil. Ao mergulhar na história, entende-se que os que recorrem aos pretos velhos – lembrados como almas bondosas – buscam conjuntamente por justiça, pois eles são os mesmos que organizaram vários levantes contra o opressor e tiveram suas vidas interrompidas em tenra idade para que hoje muitas pessoas pudessem falar de liberdade e vislumbrar uma vida longeva.

A equipe é formada por múltiples profissionais do audiovisual e ramo da moda e o evento de lançamento aconteceu em dezembro de 2022. A proposta do coletivo é de alcançar um desenvolvimento orgânico para a promoção da arte de modo sustentável e alertar para formas de consumo excessivo, que já são um problema na sociedade, além de difundir a cultura afrobrasileira.

LEIA TAMBÉM: Maria Beatriz Nascimento, a pensadora da ancestralidade – Emerge Mag

“Acervo Dançarino”

Companhia de dança criada em 2009 por jovens de periferias da zona Leste de São Paulo, o Grupo Fragmento Urbano debate e traz à cena de dança o corpo preto, indígena, periférico como um lugar da memória, como um espaço em que historicamente foi possível inscrever narrativas, marcas, cicatrizes, sotaques, gestos e signos.

A partir desse conceito, o coletivo da periferia da capital paulista lançou em 24 de janeiro, um novo site para abrigar o “Acervo Dançarino”, um acervo digital com a pesquisa de linguagem desenvolvida ao longo de seus 13 anos de existência.

O novo site reúne documentos, registros de processos em vídeos, relatórios, diários de bordo, fotografias, escritas, projetos, cartazes, depoimentos, documentário, web-série, um livro que aponta os primeiros passos para essa organização metodológica, e mais recentemente lives e formações virtuais. fragmentourbano.com.br.

“Quarentena – Reflexões e descobrimentos”

Com objetivo de levantar debates sobre questões sociais e raciais a partir da cultura urbana e marginalizada, a iniciativa Dialetoz apresentou recentemente o documentário “Quarentena – Reflexões e descobrimentos”.

O projeto foi iniciado em 2020, no qual reuniu uma galera para falar sobre como o isolamento estava modificando suas vidas e transformando suas concepções. Assista abaixo:

Este texto foi originalmente publicado no Periferia em Movimento.

Descolonizar nossas corpas é um ato revolucionário – Emerge Mag

Pam Ribeiro, a Bruxa Preta, se vale da ancestralidade para resgatar o erotismo que nos foi tomado pelo patriarcado e racismo.

Descolonizar

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Redação Emerge Mag

Revista digital de cultura, direitos humanos e economia criativa interseccional e estúdio criativo de Diversidade, Equidade, Inclusão e Impacto Social.

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