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A arquitetura do Sesc

15/08/2019

Com grandes inaugurações nos últimos anos, como a recente unidade Guarulhos, os projetos arquitetônicos do Sesc foram tema de debate no IAB

Em maio passado, o Sesc inaugurou a unidade Guarulhos, a primeira da rede na cidade, que tem 1,4 milhão de habitantes.

O novo centro cultural, esportivo e de convivência espera receber 4 mil pessoas por dia.

A unidade tem área construída de 34 mil metros quadrados, divididos em três andares, com estacionamento no subsolo. Há também quadra poliesportiva, quadra de tênis, centro de música, área de exposição e piscinas, entre outros espaços.

O projeto do Sesc Guarulhos, o primeiro da rede selecionado por meio de um concurso público, foi um dos escolhidos para ser apresentado na segunda edição dos Encontros de Arquitetura, que também teve como tema os projetos arquitetônicos de outras duas unidades: Parque Dom Pedro e Campo Limpo.

O evento, que aconteceu na última quinta-feira (08/08), foi realizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e contou com a presença dos responsáveis pelos escritórios de arquitetura que assinam as plantas.

O encontro aconteceu no primeiro andar do prédio do IAB. No mesmo ambiente, está instalado o Café Bento 43, que permaneceu aberto durante o evento.  

PROJETOS DO SESC FORAM DEBATIDOS EM EVENTO NO IAB (Foto: Kalinca Maki)

De acordo com Marco Artigas, vice-presidente do IAB, a escolha do Sistema S como tema se deu devido ao reconhecimento do Sesc como uma das instituições que mais valorizam o espaço com a arquitetura e sua relação com a cidade.

como tema se deu devido o reconhecimento do Sesc ser uma das instituições que mais valoriza o espaço com a arquitetura e sua relação com a cidade.

Palestrantes no evento, Renato Dal Pian e Lilian Dal Pian, do escritório Dal Pian Arquitetos, responsável pelo projeto da Unidade de Guarulhos, afirmaram que o encontro permite trocar experiências e informações com colegas e futuros colegas de profissão para discutir arquitetura.

Eles também reforçaram o quanto a sociedade se beneficia com o Sesc. Lilian explica:

“As unidades do Sesc são equipamentos de extrema qualidade, tanto em suas edificações quanto em seus serviços a custo muito baixo para os usuários. Esse conjunto, que considera arquitetura e impacto social, é de fundamental importância”

Sobre o projeto, os arquitetos comentaram que a ideia era desenvolver um lugar que recebesse os fluxos da cidade, a segunda maior do Estado de São Paulo, e que fosse gentil aos usuários, não intimidadora, permeável e que estimulasse a interação.

Esse resultado foi alcançado ao se apropriar dos espaços por meio de paredes transparentes e perspectivas visuais.

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DIMENSÃO SIMBÓLICA E HISTÓRICA

PROJETO DO SESC GUARULHOS, DO ESCRITÓRIO DAL PIAN ARQUITETOS (Foto: Dal Pian Arquitetos)

Responsáveis pelo projeto do Sesc Dom Pedro, Fabio Valentim e Fernanda Barbara, do escritório Una Arquitetos, afirmaram que a unidade está envolvida num plano urbano. Fabio comenta:

“O projeto nasceu de um olhar muito atento para esse lugar, com uma dimensão simbólica e histórica muito grande, e de um entorno imediato que é de uma riqueza enorme”

Uma das áreas mais esquecidas da cidade de São Paulo, o Parque Dom Pedro II, já foi um espaço de lazer para os paulistanos. Antes chamado de Várzea do Carmo, o local abrigou a primeira partida de futebol reconhecida em território brasileiro.

A data era 14 de abril de 1895, e os times eram formados pelos funcionários da Companhia de Gás e da Estrada de Ferro São Paulo Railway.

Voltando ao Sesc, Fernanda diz que a proposta é uma solução que serve ao cidadão, mas que também serve ao espaço público, uma vez que redesenha a cidade de uma maneira que qualifique a região e espaço central.

“Mas sem descaracterizar, causar estranheza ou competir com o patrimônio histórico, e sim agregando e elogiando o que lá existe”, disse a ela.

Neste caso, a arquitetura apresenta uma contribuição de resgatar e fortalecer a história e a maneira de se relacionar com a cidade e sua sociedade.

Considerando as demandas sociais e as questões urbanas, principalmente de uma região de vulnerabilidade, como é hoje o Parque Dom Pedro II, fica latente a importância da instalação de uma unidade do Sesc, que tem potencial para fomentar a revitalização do local, especialmente no horário noturno.

SÉRGIO JOSÉ BATTISTELLI, DO SESC SP: A ARQUITETURA DO SESC É UM PROGRAMA, NÃO ALGO ISOLADO

CRIAÇÃO COLABORATIVA

A arquiteta Marta Moreira, presidente adjunta da Escola da Cidade, afirmou que a instituição possui convênio com o Sesc para desenvolvimento da unidade Campo Limpo.

Em sua apresentação, ela detalhou todo o processo de criação do projeto, que ocorreu de forma coletiva, com diálogo entre alunos, docentes e comunidade.

Uma das características do Sesc Campo Limpo é seu caráter de ocupação inicial, uma vez que a unidade estabelece um canal de comunicação e de pesquisa para descobrir as possibilidades e potencialidades de seu funcionamento na região.

O foco é o conceito de “comunidade”, em que, embora tenha diferentes significados, todos convergem em “compartilhamento” e “harmonia”. Marta afirma:

“As instalações arquitetônicas têm o poder de transformar e mudar a dinâmica de um lugar”

Por fim, Sérgio José Battistelli, coordenador de assessoria técnica e planejamento do Sesc SP, comentou que a arquitetura das unidades abriga todo o coração da instituição.

“A arquitetura do Sesc é todo um programa”, disse Battistelli. “A ideia é construir projetos mais horizontais para facilitar a transparência e as vivências.”

IMAGENS: Kalinca Maki

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