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Seis estilistas emergentes que reescrevem a história da moda brasileira

26/07/2022

Pessoa preta com cabelo cacheado e faixa vermelha, barba, segurando uma faixa preta escrito: SOS Yanomami. Usa camisa e calça branca e um colar vermelho

Símbolo de resistência, manifestação cultural e ideológica, a moda brasileira é um retrato das belezas e demandas do nosso tempo.

Símbolo de criatividade, resistência e manifestação cultural, a moda brasileira é um retrato das belezas e demandas do nosso tempo.

Uma moda plural e representativa que vem ganhando força no mercado brasileiro, mostrando que não precisamos seguir padrões e tendências eurocêntricas, e que nossas cores, belezas, raízes e criatividades podem ditar o que é a moda.

Definida como uma porta de entrada para novas possibilidades, a Casa de Criadores, o maior evento de moda autoral brasileira e de revelação de novos talentos, foi um show de símbolos de criatividade, resistência e manifestação cultural. A quinta edição do evento aconteceu entre os dias 6 e 10 de julho em São Paulo. Como já era de se esperar, os desfiles mostraram que o espaço não é apenas de uma moda que veste, mas que faz do ato de vestir uma comunicação de pautas que precisam ser trazidas com protagonismo.

E para você, qual roupa representa a sua identidade? Separamos seis marcas e estilistas que estão reescrevendo a história da moda brasileira:

YEBO

A marca de Domenica Dias, estilista, atriz, poetisa e modelo, nasceu em agosto de 2020 e traz o protagonismo feminino negro, além do DNA urbano e a forte conexão com a música, as ruas e a luta.

Durante a apresentação, a marca uniu referências do “Black Horror”, onde o terror é contado e protagonizado por pessoas pretas. Através de diversos tipos de dança e manifestações corpóreas, a YEBO se apresentou na Casa de Criadores inspirada no livro “Horror Noire: A Representação Negra no Cinema de Terror”, de Robin. R Means, trazendo um paralelo com o desespero de viver no Brasil em 2022.

NALIMO

A marca da designer Day Molina foi um dos grandes destaques da edição, usando a passarela como forma de protesto e apelo para proteção dos povos originários. A Nalimo busca dar espaço à cultura indígena nacional, tendo mais de 95% de seu casting formado por pessoas de povos originários. A moda da Nalimo é política, ativista e originária, ao mesmo tempo em que é minimalista e plural, e teve como referência os biomas brasileiros e a Amazônia, em uma coleção inteiramente produzida por mulheres.

MONICA ANJOS

Há mais de 20 anos, a estilista baiana traz em suas criações referências afro-brasileiras, arte e cultura. Famosa entre celebridades negras como Fabiana Cozza, Margareth Menezes e Luana Xavier, Monica Anjos trouxe para a sua coleção apresentada na Casa de Criadores um ‘’Manifesto’’ contra a extinção dos povos originários, o genocídio da juventude preta, o racismo nos estádios, a homofobia e os trabalhos análogos ao regime escravo e à imposição de padrões. 

FILIPE FREIRE

Sua marca é especializada em joias corporais feitas a partir de correntes. Nesta edição da CDC, o estilista lançou a coleção batizada Delicate, em forma de joia-roupa como objeto de desejo. Cada um dos 15 looks foram feitos à mão pelo próprio designer e o seu casting foi composto por pessoas pretas, em sua maioria mulheres – e reais! 

GUMA JOANA

A coleção de Guma Joana, uma artista travesti, foi apresentada no dia 6 de julho, mesma data em que Marsha P. Johnson – ícone da militância da causa LGBTQIAP+ – foi assassinada em Nova Iorque. A apresentação de Guma Joana foi uma homenagem à Marsha e a todas as vidas trans que foram e continuam sendo interrompidas durante todos estes anos.

STUDIO ELLIAS KALEB

O Studio Ellias Kaleb é um laboratório de criação e desenvolvimento que prioriza estudos e peças sob medida. Desta vez, ele apostou em desdobramentos da natureza que nos cercam em forma de vestir. As criações foram permeadas pelas indagações: “Como o sistema solar segue a mesma lógica de uma célula atômica?” “E como isso se reflete no bater de asas dos pássaros?” “Ou no desenrolar do crescimento de uma flor?” “Como a estrutura do DNA constrói tudo que é vivo?”

Com roupas sem gênero e um olhar conceitual, para vestir e para sonhar, o estilista traz em suas coleções um olhar para novas possibilidades.

FOTOGRAFIA: Marcelo Soubhia

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