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Por uma cidade mais humana

06/09/2019

Habitação, mobilidade e equidade social são fatores que determinam a qualidade do ambiente urbano. Veja exemplos de como tornar uma cidade mais sustentável

Habitação, mobilidade e equidade social são fatores que determinam a qualidade do ambiente urbano. Veja exemplos de como tornar uma cidade mais sustentável

“Estar satisfeito, em paz, permanecer onde está”. A frase, que parece um mantra, é na verdade o conceito de “habitar”. E habitação, ao lado de mobilidade urbana e desigualdade social, foi tema do segundo Café no Clima, roda de conversa que reúne especialistas e entusiastas para debater os desafios e as oportunidades para o desenvolvimento urbano sustentável.

O evento, que também busca compreender brechas de atuação, estudos e narrativas diante da agenda climática nacional, é uma iniciativa da Coalizão Clima e Mobilidade Ativa (CCMob), uma aliança de organizações e movimentos da sociedade civil voltada a sustentabilidade.

Participaram do encontro Aline Cavalcante, Brunno Carvalho e Juliana Russar, que integram o CCMob; e, como convidados, Sérgio Leitão, do Instituto Escolhas, Renata Marè, pesquisadora de Cidades Inteligentes da POLI/USP, e Hannah Machado, arquiteta, urbanista e integrante do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

O debate aconteceu na última semana de agosto no Jardin do Centro, espaço no centro da capital paulista que reúne floricultura, cafeteria e restaurante e que também abriga coworking, auditório e salão de eventos.

TECNOLÓGICA E HUMANA

De acordo com Renata, Cidade Inteligente é aquela que utiliza os recursos com racionalidade, considerando a necessidade dos habitantes de hoje e de amanhã. É uma cidade que funciona como um sistema, com pessoas interagindo e utilizando energia, materiais, serviços e comércios para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida. 

A especialista diz que, muitas vezes, o conceito é explicado de forma errada. Por exemplo, Cidade Inteligente não é a com mais tecnologia. Ela complementa:

“Embora a tecnologia seja uma ótima ferramenta, por si só, não é a solução. A Cidade Inteligente é aquela pensada para as pessoas. Para construí-la, é necessário um olhar mais holístico e mais humano visando resolver as complexidades urbanas e promover o comércio, o trabalho, o entretenimento e a cultura”

Diante do cenário, é muito importante a participação das pessoas para a construção de uma cidade. O cidadão torna a cidade orgânica e sustentável – inteligente e viva. Mas, para atingir esse nível de maturidade, são necessárias políticas públicas, projetos e ações que incentivem e deem poder aos habitantes. Com informações, ferramentas e oportunidades, o próprio cidadão pode agir sobre seu habitat.

PASSOS CURTOS

E como está a cidade de São Paulo nos quesitos mobilidade, habitação e desigualdade? Hannah destaca que as três problemáticas, somadas, se revelam mais profundas do que pode parecer.

A SEGUNDA EDIÇÃO DO CAFÉ NO CLIMA ACONTECEU NA CAFETERIA E FLORICULTURA JARDIN DO CENTRO (Foto: divulgação)

A relação entre mobilidade, habitação e desigualdade pode, por exemplo, ser determinante no número de mortes no trânsito e ocorrências de problemas de saúde causadas por poluição e excesso de força ao longo do dia do trabalhador.

Ao mesmo tempo, pessoas de baixa renda podem sofrer ainda mais devido à necessidade de se locomover por muitos quilômetros no trajeto casa-trabalho.

Frente aos desafios, são necessárias discussões e projetos multidisciplinares para chegar a uma solução. Uma ação que já acontece em pontos da cidade é o estímulo a fachadas ativas em bairros, que visa implementar comércios e serviços em prédios residenciais. A ideia é criar edifícios que reúnem moradia e comércios para diminuir a necessidade de locomoção dos moradores da região. A ação também promove a descentralização estruturada da cidade, uma vez que permite a criação de polos econômicos locais nos bairros.

Uma outra dinâmica citada por Hannah, essa voltada para áreas centrais, é a de prédios residenciais sem estacionamentos. A ideia é desestimular o uso de automóveis particulares. Durante o debate, foi argumentando que esse tipo de ação requer muita transparência e compartilhamento de informações com o morador para que ele entenda o motivo de não utilizar seu carro.

Ao mesmo tempo, a ação só dará certo com a melhora do transporte público da região. “Quatro milhões de pessoas entram e saem de São Paulo todos os dias e conseguimos dar conta”, finalizou Sérgio. “É necessário renovar as esperanças”.

Todo bate papo foi gravado e publicado no canal Clima e Mobilidade Ativa. Veja o conteúdo na integra pelo link.

SERVIÇO
Jardin Do Centro
Cafeteria e loja de plantas. Um pequeno oásis verde no centrão de São Paulo.
Rua General Jardim, 490, Vila Buarque – São Paulo (SP).
De segunda a sábado, das 9h às 20h, e domingo, das 10h às 17h.
Siga o Jardin Do Centro no Instagram.

Coalizão Clima e Mobilidade Ativa (CCMob)
Uma aliança de organizações e movimentos da sociedade civil que atua com o tema da Mobilidade Ativa e Mudanças Climáticas para, juntos, em rede e em bloco, conseguir impactar e influenciar a agenda climática nacional de forma a tornar mais ambiciosas suas medidas de redução de emissões no setor de transportes reconhecendo pedestres e ciclistas como pilares fundamentais das cidades de baixo carbono.
Mais informações no site e pelo Instagram.

Diálogos e Café
Diálogos e Café é a nova editoria da Emerge Mag, fruto de uma parceria com o Jardin do Centro, que congrega a marca homônima; o Quintal do Centro; o Bento 43 e a Quadra 27. A parceria de mídia consiste, principalmente, na cobertura de eventos culturais, artísticos e de viés social de diferentes vertentes.

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Redação Emerge Mag

Revista digital de cultura, direitos humanos e economia criativa interseccional e consultoria de diversidade e impacto social (ESG).

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