Depois de um longo flerte e dates online, é com muito prazer que anunciamos o projeto Emerge + Brava, que apresentará reportagens e debates interativos para fomentar o pensamento crítico sobre gênero, raça, classe e sexualidade – e suas intersecções.
O projeto é uma cocriação da Emerge e o centro cultural Brava, que realiza cursos, rodas de conversa e outras atividades digitais ministradas por mulheres e pessoas trans. A vasta e contínua programação contempla desde “técnicas para criar conteúdo na internet com leveza e afetividade”, passando por “introdução à literatura africana francófona” e indo até temas do universo da astrologia.
Vale destacar que todos os eventos têm perspectivas interseccionais e a premissa de trazer mulheres para contar suas próprias histórias. Um exemplo é o curso Consciência Erótica, ministrado por Pam Ribeiro (a Bruxa Preta), terapeuta reikiana, taróloga e astróloga de origem favelada, que abordará a busca interior de descolonização de corpas, auto expressão e reconhecimento de potências.
Fabiana Kassabian, fundadora da Brava, comenta a atuação do centro cultural, a partir da interseccionalidade e vivências diversas, na colaboração com a construção de um pensamento crítico
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AFETO E ATUAÇÃO POLÍTICA
Também integra o Emerge + Brava o compartilhamento de conteúdo entre as duas organizações (aproveite e assine a Newsletter da Emerge e a da Brava) e a participação dos integrantes da Emerge nos cursos Brava, o que eleva ainda mais o conhecimento da nossa equipe – o resultado você poderá conferir nas nossas próximas reportagens (fique de olho).
Por fim, apoiadores do financiamento coletivo da Emerge poderão participar de sorteios e ter descontos em cursos da Brava – já veja a programação bafo aqui.
Para Karol Pinheiro, diretora de produto da Emerge, a união dos dois corres aumentará a visibilidade e a representatividade das mulheres na mídia, fortalecerá conexões entre as comunidades e reforçará a atuação da Emerge em serviços de concepção e produção de projetos culturais.
A diretora também destaca que o Emerge + Brava tem potencial para ser fonte de receita para as duas organizações. “Além disso, o projeto tem sido feito com muito carinho para perturbar ainda mais os poderes dominantes”, diz braba Karol.
Por sua vez, Fabi afirma que a junção de forças levará as pautas dos cursos para mais pessoas, por meio de uma rede acolhedora (e que ela já admirava <3), o que permite atingir novos públicos. “Vamos propagar ativamente conteúdos produzidos por corpes que sistematicamente são colocados às margens pela sociedade”, finaliza Fabi.
COMO TUDO COMEÇOU
Fundada em 2019, a Brava manteve um coworking físico no centro da capital paulista que reunia mulheres de diversas áreas do mercado. Com a chegada da pandemia, o espaço físico foi fechado e o negócio se reinventou na internet.
Já Emerge foi criada em 2017 como um coletivo de jornalismo voltado a mapear pessoas e projetos criativos com foco no público interseccional (negros, mulheres, LGBTQIA+, periféricos e tudo mais que vai contra a hegemonia colonial e patriarcal).
Hoje, a Emerge é uma associação sem fins lucrativos que desenvolve e executa atividades culturais e de comunicação de impacto social e usa o fazer jornalística para identificar, mapear e contar histórias reais de beleza, transgressão e empoderamento.
Os caminhos da Brava e da Emerge se encontraram pela primeira vez em meados de 2020, no auge da pandemia de Covid-19, e logo rolou um afeto, desejos de cocriar projetos e compartilhar tensões e alegrias.
Naquele momento, a Brava foi uma das organizações participantes do Mapeamento de Coletivos e Produtores Culturais de São Paulo, realizado anualmente pela Emerge. Para saber mais, leia a reportagem que fizemos juntes: As múltiplas mulheres do coworking Brava.
ARTE: Kalinca Maki