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Fotógrafo da Emerge faz exposição sobre hip hop

19/08/2021

Rafael Félix faz projeção fotografia para o Mês do Hip Hop e mostra a potência da cultura periférica da zona leste paulistana

Morador da zona leste e fã da cultura hip hop, Rafael Felix documenta em fotos o que encontra nos rolês de quebrada, como festas de bairro com DJs e MCs, a batalhas de break, competições de carros lowrider e graffiteiros em ação. Sua trajetória profissional já soma oito anos – e pengas de gigabytes no PC.

Como reconhecimento a esta incrível coleção, Rafael, que é também fotógrafo da Emerge Mag, foi convidado para integrar a programação da 17ª edição do Mês do Hip Hop, uma realização da Cultura Hip Hop da Cidade de São Paulo, organizada através da sociedade civil, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania.

O Mês do Hip Hop costuma acontecer em março, mas neste ano, por causa da pandemia, teve sua programação estendida e segue rolando.

LEIA MAIS: A jornada do Menor de Quebrada

RAFAEL FELIX FEZ PROJEÇÃO DE FOTOFILME NA OCUPAÇÃO CULTURAL MATEUS SANTOS, EM ERMELINO MATARAZZO

No último dia 12 de julho, Rafael apresentou parte de seu portfólio – exatamente 387 fotos – em uma projeção fotográfica na fachada da Ocupação Cultural Mateus Santos, em Ermelino Matarazzo. O evento foi transmitido também no canal do fotógrafo no Youtube e segue disponível (veja no link).

O filme é possui três esferas: os eventos que o fotógrafo cobriu, suas vivências periféricas e retratos de pessoas que dão rosto ao hip hop; a série tem fotos de artistas da música, como Mcs De Menos Crime, Síntese, Jhow Bastos, Muro MC, André Paz Racial, e grafiteiros e suas obras, entre eles Val e Toddy Opni, Opeop, Big, Shu, Ceviu e Roger Tai (já perfilado pela Emerge).

“No processo de seleção das imagens, revivi e resgatei muitas memórias boas. Mas optei por escolher as fotos mais relevantes para a cena hip hop da zona leste da capital”.

RAFAEL FELIX, FOTOGRÁFO


DO PIXO PARA A FOTOGRAFIA

Rafael conta que quem cresce na periferia está envolto na cultura hip hop, seja pela música tocadas nas ruas ou pelos grafites nas paredes. Quando mais jovem, ele até chegou a fazer pichações antes de migrar para a fotografia. Inclusive, a primeira oportunidade de trabalho como fotógrafo de Felix foi a cobertura do evento Graffiti x Lixo, ação socioeducativa do Coletivo Cultural Cenário Urbano realizada em Guaianazes em 2014. Desde então, ele não parou. Rafa explica sua visão da cena:

“Hip hop é união, carinho, amor, consideração e respeito pelo próximo. Pode haver atritos, como acontece em outras relações humanas e movimentos culturais, mas os valores seguem forte”

Com origem nos guetos de Nova York, o movimento cultural se popularizou na década de 70 quando jovens negros e latinos começaram a usar a música e arte visuais para retratar os inúmeros problemas de seus territórios, como racismo, violência, pobreza, tráfico de drogas e ausência de educação e lazer.

Dessa forma, a alternativa era promover uma organização interna, com recursos culturais da própria comunidade para conscientizar, gerar pensamento crítico e divertir os moradores. Os quatro elementos do hip hop são o MC, o DJ, a dança break e o grafite.

De acordo com estudiosos, a junção desses elementos e a criação do termo é crédito de Afrika Bambaataa, fundador da Zulu Nation, umas das primeiras organizações sociais do Hip Hop. No Brasil, a cultura floresceu por volta da década 80, tendo como características a resistência negra e periférica.

FOTÓGRAFO DA EMERGE ACOMPANHA A CENA HIP HOP PAULISTANA HÁ OITO ANOS

Fotografias: Rafael Félix

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